quarta-feira, 6 de julho de 2016

Toca, toca, toca?

Notas quentes, altas supra preenchendo.
Harmonia entrecortando, indo, voltando,
Sem pedir licença, densa, tesa, tensa,
Festa de Eros, de tons sobre tons, sobe um tom,

Ora suave, ora bolas,
Outrora grave, pesada, desnuda,
Escancarada, dada, aguda, impura,
Melodia, que vinha, que ia, que diva,

Do arranjo, do toque, então toque,
Faz o som, do bom, com dom, com vibração,
Delicado, sutil, forte, visceral, surreal,
Que dedilha, que toca, que bate, com a mão,

Vai e vem, na ponta, vem montar,
Os dedos, nas casas, os acordes,
Depois solta, larga, deixa vibrar,
Pega, pressiona, faz pra ver,

Tona, toma, semitona, traz à tona
Desce, no grave, faz base,
Daí vibra, vibrato, melisma, segura em cima,
Para tudo que se ouve, para tudo que se vê.

Um, dois, um dois três,
Já fez? Vai toca, é essa aquela nota?
Mais uma vez, mais uma vez e mais uma vez,
Não faz solo, faz dueto, vai e mostra,


Canta alto, não demora, põe pra fora,
Dá show, naquele coro, aquele couro,
Que toca fundo, lá no fundo, da percursão,
Faz barulho, faz a festa, faz canção.

Ao compasso marcado, som desritmado,
Na tríade, dá a primeira pra começar,
Eu a segunda, pra desconfortar o já tocado,
A gente a terceira pra estabilizar.

Com vontade, Joga lá em cima, segura falsete,
tá bom, tá incrível, arrepiou,
Agora desce, devagar vem e verte.
Toma um ar, a música acabou.

segunda-feira, 2 de agosto de 2010

Do amor ao perdão

Do amor ao perdão
Da dor a rendição
Do âmago a imensidão
Os sonhos do coração

E pensamentos jogava ao vento
Não mais se importava com o tempo
Não com intenção de corteja-la
mas porque muito precisava

Deixar fluir invariamelmente
Com abstinência, sereno prosseguiu
Os pensamentos de sua mente
Audácia e estúcia que nunca partiu

Transbordando, caindo pelas beradas
Aquilo que de melhor havia herdado
sem um outro, tornar-se-á nada
O que por eras tinha guardado

Cedo ou tarde

As coisas mudam;
O tempo passa;
As vidas se cruzam;
As pessoas se acham;

Quando perdemos algo;
As vezes faz sentido;
Pois aquilo que é nosso;
Nunca pode ser perdido;

As vezes adiamos;
Pensando estar certo ;
Afastamos do caminho;
Quem queríamos ter por perto;

Uma, duas, três vidas;
Quatro, cinco, seis ou sete;
O que tem ser vivido;
Cedo ou tarde acontece;

Providência Divina

Então chamaram de providência divina, naquele recinto de pessoas díspares entre si, a resposta ao chamado proferido em silêncio. Emergencial por suposto, ou não mais prolixo que o estreito fio separador da sanidade e a alienação? Deveriam, pois, desde tenra idade, exercitar a fé, em conjunto com as outras faculdades motoras e intelectuais. Tal qual disciplina acadêmica sendo parte de uma grade curricular. E do amor? Desse falo pouco, talvez nada. Não hoje, não agora…

Significado Postulo

A melodia, preenchendo todos os poros daquele recinto. Sorte, por aspirar imaginar o resquício de felicidade. Fidelidade, a todos os instintos aflorados saltando da pele, Parda, porque diferente não haveria de ser. Fosse, o que fosse, mas seja. Sempre, tudo de rimas, métricas, harmonia. Da harpa, fio sutil, solitário companheiro de jornada sem passos, caminhos sem laços, acasos sem nexo, chuvas sem gotas de mares sem fim. Surreal, como o que germina, do íntimo, facilidade exprime e experimenta discurso emudecido, se surpreende com platéia de um só ente, pois era só o que carecia. Grato, pela lição de outrora, ofertada por outrem, esculpindo significado postulo, complexo, completo, inteligível, codificado, compilado, ansiando ser desvendado.

Amor, ou ódio?

Preencha seu coração,

Com amor ou com ódio,

Mas nunca deixe-o vazio…

De ou por?

Um dia eu sei que morro, não sei se de amor ou por amor…